(Alice)
Na minha opinião a festa não estava
grande coisa. E até achava que ia acabar mal! Reparei que alguns dos rapazes da
equipa de futebol tinham levado bebidas alcoólicas ilegalmente para a festa, e
tinham andado a distribui-las pelo resto da equipa.
Desde que entrei e que o Caetano
decidiu ir buscar bebidas para nós, nunca mais o vi. Estava completamente
sozinha a ver casaizinhos apaixonados a agarrarem-se no meio da pista de dança.
Ainda o tentei encontrar, mas depois de percorrer duas vezes a sala toda acabei
por desistir.
Só me restava olhar para as mesas que
me rodeiavam,a maior parte estava repletas de casais, à exceção de uma da qual
tinha acabado de sair uma rapariga deixando um rapaz sozinho.
Já que não tinha nada melhor para
fazer comecei a analiza-lo, ele parecia ser um rapaz alto, magro, com cabelo
loiro e liso e muito bonito com um olhar sedutor.
Reparei que ele também olhava para
mim, acho que ele notou que eu o estava a analisar, dei-me conta da minha falta
de delicadeza ao olhar assim para ele.Fiquei envergonhada e decidi parar de
olhar.
Pelo canto do olho notei que ele se
levantou e que estava a caminhar na minha direção, fiquei cheia de medo com
receio de ele vir tirar satisfações comigo por o estar a observar tão
descaradamente... talvez eu estivesse a ser paranoica, talvez ele nem tenha
reparado que eu o observava e esteja a caminho de qualquer outro sitio.
Tentei acalmar-me com esse
pensamento. O meu coração parecia que ia sair pela boca. Decidi olhar para os
meus sapatos para tentar esconder com o cabelo a minha cara vermelha de
vergonha.
- Olá! Desculpa! – Senti uma mão no
meu ombro e olhei para ver quem era.- Aceitas dançar comigo? Reparei que
estavas sozinha e uma menina tão bonita como tu não deve ficar sozinha.
Fiquei atónita, sim ele estava a
dirigir-se para mim, pois eu certifiquei-me disso olhando à minha volta e não
encontrei mais ninguém próximo. Reparei que tinha a mão estendida e tinha um ar
aprensivo pela minha demora em responder-lhe.Ele era adorável e ainda mais
bonito de perto.
Quando reparei já tinha aceitado a mão
dele e ele já estava a puxar-me para o centro da pista de dança.
As mãos dele rodearam a minha cintura
e eu, excitantemente, coloquei as minhas mãos à volta do seu pescoço.
-Desculpa nem me apresentei. Sou o
Richard Turner- Disse sorrindo-me- Com quem tenho o prazer de dançar?
-Alice Carvalho, prazer.-
Respondi-lhe sorrindo pela formalidade dele.
- Então Alice Carvalho, vieste
sozinha ao baile?
-Não, mas o meu par desapareceu mal
chegamos e ainda não voltou a aparecer.- Respondi frustrada por o Miguel me ter
abandonado.
- Parece que é o meu dia de sorte, a
rapariga mais bonita da festa a ser o meu par de dança a noite toda, isto é, se
aceitares claro!
- Aceito, será um prazer, até porque
provavelmente iria ficar o resto da noite sentada naquela cadeira a deprimir se
tu não aparecesses...
.
.
.
A noite estava a ser maravilhosa o
Richard é maravilhoso, falamos e dançamos a noite toda, não nos cansavamos de
perguntar coisas um ao outro, eu estava muito curiosa e com vontade de saber
tudo acerca dele, e acho que o sentimento era reciproco, falamos sobre tudo,
desde qual profissão queriamos seguir até a respectiva cor preferida, até que já
não aguentando dançar mais decidimos ir beber alguma coisa ao bar.
- Um sumo de laranja.- Pediu ele ao barman.- E tu o que queres?
-O mesmo.- Respondi diriguindo-me ao barmen.
Depois de o barman nos entregar as bebidas que pedimos seguimos para uma mesa,
onde nos sentamos a conversar e a descançar.Qaundo de repente aparece uma das
raparigas que tinha servido de guia no meu primeiro dia, a Bell, se não me
engano,saida sabe lá deus de onde, completamente bêbada e sentando-se no colo do Richard beija-o.
Ei,Caroline pára.- Disse o Richard
tentando afasta-la notando o seu estado de embriagues.
-Onde estives-te, amor andei a noite
toda a tua procura.- Disse voltando a beija-lo
Não podia acreditar. Como é que ele
podia ter dançado comigo a noite toda e dito aquelas coisas tendo namorada?
Acho que só se queria divertir comigo, e eu feita burra acreditei no que ele
disse. Não entendi porque fiquei muito incomodada, mas eu não conseguia ver
mais aquilo. Levantei-me e segui em passo apressado para fora do salão de baile.
Já no corredor comecei a correr para o meu quarto. Comecei a senir-me muito mal,
como se tivesse levado um murro no estomago e não conssegui impedir-me de
começar a chorar. Não conseguia acreditar que tinha sido tão estúpida e
acreditado nele...
Depois de tomar banho e de ter
vestido o pijama deitei-me e acabei de adormecer embalada pelo meu proprio
choro.
Estavamos
todos sentados numa grande mesa redonda. O ambiente era de grande animação. O
James e o David estavam a ser uns queridos para nós, estavam a tentar fazer com
que nós nos sintissemos confortáveis e integradas no grupo, apesar de o Campbell e
a Any não se estarem a dar muito bem. Ainda não pararam de lançar bocas e
olhares hostis um ao outro desde que se conheceram, e nem a seção de namoro que
parecia que não ia acabar nunca entre o Campbell e a namorada os impedia.
- Agora é
que a festa vai começar!- Disse o Schoot ao pousar duas garrafas em cima da
mesa, sendo imitado por mais dois rapazes que vinham com ele.
- Boa
Schoot! Só tu para conseguires trazer álcool para a festa! – Disse o James
enquanto todos, à exceção de mim e de Any, pegavam numa garrafa.
- Não bebem? – Perguntou o Gray
quando reparou que eu e a Any não pegamos em nenhuma garrafa.
- Não
obrigada. – Disse a Any com receio.
- Tens medo
de te descontrolares e de te atirares para cima de mim outra vez?-
Perguntou-lhe o Campbell rindo-se e fazendo a namorada rir-se estericamente.
- Querias mesmo que isso acontecesse,
não querias? Não te preocupes não tenho intensão de me embebedar a esse ponto,
acho até que isso é impossivel de acontecer por mais que eu beba. Mas talvez
sejas tu que estás a beber para teres uma desculpa para te atirares para cima
de mim.- Respondeu-lhe a Any pegando numa garrafa.
Enquanto
eles continuavam a discussão, o James tentava convencer-me a beber.
Depois de
tanta insistência, acabei por aceitar. Uma não devia fazer mal!
.
.
.
.
Mas uma seguida de mais umas quantas
faz mal! Estava tão enjoada e com náuseas…
Acabamos por
despejar as garrafas todas. A namorada do Campbell até desmaiou no colo dele.
- Tá tudo
bem? Queres ir apanhar ar? – Perguntou-me o James preocupado, enquanto se
tentava levantar.
- Sim, vamos
até lá fora… -Respondi-lhe.
Seguimos até
ao jardim apoiados um no outro.
Quando lá
chegamos, sentei-me no primeiro banco que me apareceu. Ainda estava pior do que
quando estava lá dentro, via tudo a dobrar.
-
Queres que te vá buscar um copo de água? – Perguntou-me o James afastando o meu
cabelo da minha cara notando que eu estava prestes a vomitar.
Eu respondi afirmativamente com a cabeça. Acho que nem força tinha para falar.
-Ok-
Disse seguindo de seguida para dentro da escola.
Senti
a minha cabeça zonza e à roda. Tentei-me levantar, achei melhor avisar o James
que o melhor era eu ir para o meu quarto dormir.
Depois
de dar o primeiro passo em direcção à porta acabei por cair e desmaiar.
Quando
voltei a acordar, dei-me conta que estava em movimento no colo de alguém conseguia
sentir os braços dessa pessoa a minha volta. Mas não consegui abrir os olhos,
pois estava muito zonza e sentia que se os abrisse acabaria por vomitar.
-Ei,
estas acordada?
-Sim-respondi
eu sem forças tentando fazer a minha voz sair mais forte que um sussuro
-Tens
que me dizer qual é o número do teu quarto.- Disse carinhosamente apertando-me
mais.
-107.
-Ok,
volta a dormir.
Decidi
seguir o conselho dele, encostei a minha cara ao seu peito e tentei adormecer,
quando chegamos ao quarto senti-o deitar-me com muito cuidado na cama,tirar-me
os sapatos e cobrir-me.
-Boa
noite-disse beijando-me a testa e aconchegando os cobertores a minha volta.
(Anita)
-
Tás com ciúmes? – Perguntou-me o Campbell sem transmitir nenhum som, apenas
mexendo os lábios enquanto a Lewis lhe beijava o pescoço.
Estava
eu, o Campbell a Lewis, a Kika, o James, o David e a restante equipa de
futebol, com exeção do Turner que ninguém sabia onde se tinha metido desde que
começou a festa, numa mesa, com as garrafas que eles tinham trazido já quase
despejadas. A Kika, a Lewis e o David eram os que estavam mais bêbedos. A Lewis
parecia que podia desmaiar a qualquer momento, mas isso não a impedia de beijar
e percorrer todo o corpo do Campbell com as mão.
Durante
um dos seus beijos tórridos acabou mesmo por desmaiar e parecia que a qualquer
momento o David e a Kika iam seguir as suas pisadas. Já tava a ficar preocupada
com o estado da Kika mas ela recuzava-se a ir embora.
- Tá tudo bem? Queres ir apanhar ar?
– Perguntou o James à Kika, com um ar preocupado, enquanto se tentava levantar.
- Sim, vamos até lá fora… -Respondeu-lhe.
E seguiram
até lá fora por uma das portas laterais apoiados um no outro. O David desistiu
de tentar paracer sobrio e apoiou a cabeça no meu ombro.
Naquele
momento as pessoas que se encontravam mais sóbrias na mesa ou mesmo as mais
acordadas, eram eu e o Campbell. O Schoot e o resto do pessoal tinham decidido
ir para o meio da pista fazer figuras idiotas.
Eu já tava a achar que tinha sido uma pessima ideia ter bebido, sentia a cabeça
pessada e já via, como se não bastasse um, dois Campbeells. De repente o idiota
para reforçar a sua estupides e para eu ter ainda mais vontade de esgana-lo
pega numa das flores que se encontravam
numa jarra no centro da mesa e oferecendo-ma disse-me:
- Um dia
passei por um jardim e apanhei-te, porque eras a flor mais bela que apareceu
para mim.
- Há quanto
tempo foi isso?- Perguntei-lhe pegando na flor que me estendeu e voltando a
coloca-la na jarra
- Foi no dia
em que te vi pela primeira vez.
- Então já devo ter murchado. –
Respondi eu ao embriagado do Campbell. – Ao menos tens-me regado e posto ao
sol?
- Eu sou o teu sol!- Disse sorrindo como
um lunatico e abrindo os braços.
- Então a fotossíntese não tem
ocorrido lá muito bem. Quando me iluminas apetece-me fugir para o escuro. Nas
tuas mãos ainda morro.
- Ficas melhor com David?
- Claro que fica.- Respondeu o David
lançado os braços à volta do meu pescoço.- Queres casar comigo?- Perguntou tentando olhar para a minha cara,
sem muito sucesso.
- Falamos disso amanha, quando
estiveres mais sóbrio.- Respondi-lhe fazendo festas no seu cabelo, e
obrigando-o a voltar a encostar a cabeça no meu ombro, para ver se ele
adormecia e deixava de responder ao outro bebado.
- Amanhã quando a vires vais fugir
dela.- Disse-lhe o Campbell.
- Não vou nada. Ela é a mulher da
minha vida.- Disse num tom de voz muito elevada enquanto se levantava, fazendo
com que muitas pessoas que estava ao nosso lado olhassem para nós e rissem-se.
Que sorte que eu tive, aturar dois bebados numa noite em que nem eu estava
muito sobria, com uma tipa desmaiada no colo de um e com receio de que o outro
vomitasse para cima de mim.
- Qualquer dia apareces grávida…-
Disse rindo-se cinicamente.
- Pelo que vejo tu ainda vais ser pai
primeiro do que eu.- Respondi-lhe irritada enquanto olhava para a Lewis que
estava desmaiada no seu colo.
Vindo do meio da pista, apareceu o
Ted, um dos jogadores da equipa de futebol.
- Meninos, não acham que já está na
hora de ir para a caminha? E pelo que vejo vou ter que ser eu a levar a Emma ao
colo. Tom, tu e a Castro acham que conseguem levar o David para o quarto?
- Claro que conseguimos! – Respondeu
levantando-se e tropeçando nos proprios pés, fazendo com que a Lewis que
estava no seu colo caísse para o chão.
Com muito custo lá o levamos
tropessando a cada 3 passos. Quando chegamos ao quarto, ao tentarmos deitar o
David na cama o Campbell tropeçou numa pata da cama fazendo com que caissemos,
O David foi parar no chão e eu cai de costas na cama com o Campbell encima de
mim.
- Ouw, vai com calma, lembras-te que
eu recebi um pedido de casamento hoje?- Disse ironicamente recordando a frase
que ele me tinha dito no início da noite, tentando afasta-lo com as mão,
tarefa complicado, parecia que pesava uma tonelada.
- Há química entre nós. Os nossos
corpos atraem-se nas quedas. Acerca do casamento, não te preocupes eu não sou
ciumento.- Respondeu-me rindosse e colocando uma mão de cada lado da minha
cabeça dificultando-me ainda mais a tarefa de escapar
- Mas eu sou!- Disse o David
levantando-se e empurrando o Campbell para o chão deitando-se ao meu lado e
abraçando-se a almofada acabou por adormecer.
Ainda tentei levar o Campbell para o
quarto dele, mas o anormal nem se levantar conseguia. Acabei por o deitar na
cama ao lado da do David. Depois disto dirigi-me ao meu quarto, onde já se
encontravam a dormir a Kika e a Alice. Sem vontade de fazer nada, acabei por me
deitar na cama e adormecer de vestido.